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O Campo de Golf do Pico

 

Quando vamos finalmente ter um Campo
de Golfe no Pico? Daqui a dez anos (?!)

Há meses, em Junho de 2008, neste mesmo espaço escrevi: “Surge-nos agora a fundada preocupação, por ver um importante investimento há quase duas décadas (16 anos) adiado, quando há dias – 30 de Maio – na RTP-Açores, o responsável do Grupo SIRAM, que irá construir o Campo de Golfe do Faial, adiantava que: “quando tivermos as obras do campo de golfe do Faial consolidadas, iremos dedicar-nos ao Pico – a SIRAM adquiriu as participações da Picogolfe - porque é importante dois campos de golfe no Triângulo e só o do Faial não é atractivo”. E continuei: Acontece porém, que a Câmara Municipal das Lajes accionou judicialmente o direito de reversão dos terrenos “cedidos” à Picogolfe, pois, segundo a reportagem da RTP-Açores de 26 de Fevereiro passado, a presidente da edilidade assumia que: “a Picogolfe há 16 anos recebeu os terrenos, tinha 2 anos para iniciar obras e 10 anos para concluir (o campo de golfe)” o que não aconteceu... e aqui reiniciam-se novos entraves... Claro que tudo é negociável e confiando plenamente numa solução satisfatória, que vá de encontro à concretização de mais esta oportunidade de investimento no município das Lajes e na nossa ilha, (…) e é nesse sentido também que acreditamos, cada vez mais, que as intenções de investimento mediante candidaturas às verbas disponibilizadas pelos Sistemas de incentivos regionais ou europeus, deverão merecer cuidada e aprofundada análise, também quanto à capacidade do investidor.”

O quadrado indica a zona do Campo de Golf do Pico

Mas, caros leitores, a derrocada financeira que, meses depois, surgiria em todos os grandes centros bolsistas mundiais, afectando, por arrastamento inexorável, a capacidade de endividamento de muitas empresas e provocando uma autêntica hecatombe em países de sólida economia como a Islândia, parece voltar a interferir com a concretização deste empreendimento. As razões ora apontadas são pertinentes, nem o questionamos e assim, a SIRAM vai suspender todos os projectos de construção de unidades de turismo residencial na Região, mantendo, no entanto, a construção de campos de golfe no Faial e também na ilha do Pico. Ficam assim adiados os projectos de construção de um hotel, um SPA, um centro de congressos e lotes de apartamentos turísticos para os terrenos junto ao campo de golfe da Batalha, assim como a componente hoteleira do campo de golfe do Faial. Para tal, ponderam angariar novas fontes de financiamento, como se depreende da deliberação da Assembleia Geral da VerdeGolf que aprovou, na semana passada, o aumento do capital social da empresa até aos 50 milhões de euros, durante os próximos cinco anos, e o primeiro aumento ocorrerá até ao fim de Junho fixando o capital social em 5 milhões de euros. O objectivo imediato é claro: fazer face aos investimentos na construção dos campos de golfe do Faial e Pico, com capitais próprios, uma vez que, ao contrário de há meses atrás, quando estes investimentos eram financiados a 100%, o mesmo não se verifica hoje, já que o sector financeiro do crédito, para este tipo de investimentos, só avança até 20 %.
Mas é bem verdade que, se a construção dos campos de golfe no Faial e também na ilha do Pico, se mantêm por parte do grupo SIRAM, isso se deve à contrapartida exigida por este Governo dos Açores, aquando da venda da VerdeGolf ao consórcio constituído pelo Grupo SIRAM e pelo Grupo Oceânico, que entretanto abandonou o projecto.
Muitos afirmam, como o Presidente da SIRAM, que o Golfe é o “ouro” para o turismo dos Açores.
Por cá ficamos ainda a uma década desse “el dorado”…

 

 

 

  

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